01 outubro 2012

Sítio do costume


Debaixo daquela árvore, à hora do costume. Não falha. Acho que aquele sítio já nos conhece tão bem como nós o conhecemos a ele. É algo de misterioso, todas as nossas conversas e memórias dos últimos tempos têm sido entre aquelas folhas, deitados de costas olhando o céu. Pensando no dia em que não existirão despedidas. Apenas longas horas de conversa, de segredos e medos partilhados. Como as tardes de outono que se avizinham. Com o Sol fraco e acolhedor a entrar pela janela, os pés a espreitar fora da manta e o filme a rodar na televisão. Uma caneca de chá, torradas em cima da mesa e o silêncio envolto em nós. As pipocas do cinema, as castanhas assadas na rua, as nossas mãos nas luvas.
O frio e a chuva do lado de fora, e nós no quente um do outro.

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