09 fevereiro 2017

NEXT STOP // Pilzen, República Checa


O ano terminou e começou com uma das melhores coisas da vida: viajar.
Na minha cabeça esta viagem não estava planeada, mas na cabeça da minha família era a melhor altura para me mandarem para fora de Portugal, à descoberta de um novo país.
O destino? O país onde uma amiga minha estava de Erasmus. 
A fria e longínqua República Checa já estava na minha lista de países onde eu gostava de ir, principalmente Praga, que conhecia por fotografias e que me parecia tirada de um conto de fadas.

Chegada para a escala em Dusseldorf, Alemanha
A viagem significou desde logo uma grande aventura para mim: viajei sozinha de avião pela primeira vez.
Ao início a reação foi de pânico. Como assim querem que eu vá sozinha até ao outro lado da Europa? O medo deu lugar à ansiedade e ao "vamos a isso, é uma aventura para acabar e começar o ano". 
Com uma semana de preparação, o dia 29 chegou rapidamente. Com uma escala de apenas uma hora na Alemanha, a Europa pareceu-me maior do que nunca e a República Checa parecia ficar numa realidade distante.
É sempre bom viajarmos e encontrarmos do outro lado alguém que nos é muito querido. E a experiência torna-se ainda melhor quando visitamos as cidades pela perspetiva de alguém que está lá a viver há uns bons meses. 
A minha amiga esteve a estudar numa cidade chamada Pilzen, a cerca de 110 km de Praga. 
Esta foi a minha "casa" durante seis dias, com direito a dois dias em Praga. Mas irei dedicar um post à capital checa! 

Fotografia da janela da residência - Pilzen
A magia de estar num país onde o frio é rei começou de imediato na noite da chegada, mas principalmente na manhã seguinte, quando acordámos e flocos mínimos de gelo começavam a cobrir as ruas de Pilzen. Os dias que se seguiram, inclusive na passagem de ano em Praga, foram dias de neve, muito fraquinha, mas suficiente para nos deixar como crianças a ver neve pela primeira vez. 
Conheci os principais pontos de interesse de Pilzen, a cidade que dá o nome à famosa cerveja Pilsner. Lagos congelados, edifícios super aquecidos, pubs e algumas barraquinhas de natal preenchiam as ruas desta cidade escura, mas ainda assim muito bonita.

Pilzen
Catedral de Pilzen
Barraquinhas de Natal, Pilzen

Pilzen

Pilzen

Pilzen
Conhecer Praga já seria bom, mas melhor ainda foi conhecer para lá da capital do país. Acredito que conhecemos muito mais sobre os países quando fugimos dos típicos pontos turísticos. Neste caso, e para além de conhecer Praga, foi muito bom ter ficado em Pilzen de forma a apreciar mais a forma de vida neste país da Europa de Leste.

Pilzen
Através do modo de vida dos checos, das suas rotinas e da própria disposição das cidades conseguimos perceber mais da história do país. 
Agregada à antiga URSS, a Checoslováquia (República Checa + Eslováquia) viveu um período comunista que terminou em 1989. Quatro anos depois, a dividia-se para dar origem às atuais República Checa e Eslováquia. 
Se virmos bem, a República Checa só é República Checa há cerca de 24 anos. É visível o atraso que o país tem aos mais diversos níveis: desde as músicas que se ouvem aqui e ali, ao contacto com os outros (boa sorte para tentarem comunicar em inglês nestas cidades) e até na construção. 
Dei por mim a admirar as zonas habitacionais e a pensar: isto é tão soviético! Blocos de edifícios de linhas direitas, todos iguais, de aspeto frio e pouco confortável. O interior pode enganar, porque tudo o que é extremamente aquecido e aparentemente confortável, mas os próprios corredores, a disposição dos apartamentos, a mobília básica, todos estes aspetos faziam-me lembrar, em tudo, filmes de espiões russos. 
Uma cidade que continua a escrever o seu dia a dia com um pé no passado e outro no presente. 


Residências de estudantes, Pilzen 

Quatro da tarde. Pôr do sol da residência, 1 de janeiro de 2017, Pilzen

Farei em breve um post sobre Praga! 

Nota: As fotografias são da minha autoria. Não retirar sem autorização prévia.

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