28 fevereiro 2017

I have been thinking about... // Futebol dos "pequenos"


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Falar de futebol não é, de todo, a minha praia. Aliás, acho que nunca falei sobre futebol aqui no blog.
Mas a razão que me leva a escrever sobre o tema é talvez a mesma razão que me leva a não falar sobre o tema.
Sou de um clube dito "pequeno" e sabemos bem o que quer isso dizer em Portugal. 
Conheço algumas equipas dos principais campeonatos europeus, mas fico-me por aí. Há nomes sonantes como um Real Madrid ou um Chelsea. E depois há clubes ditos pequenos como o meu. Há clubes como o Leicester, a o campeão surpresa da liga inglesa o ano passado.
Não sei como é que estes clubes são tratados lá fora. Não sei que tipo de visibilidade lhes é, isto é, a importância que têm nos órgãos de comunicação social ingleses.
Sei que há clubes ditos "pequenos" como o meu, mas isso não deverá ser problema para quem os adeptos ingleses, tal como não é para mim e para muitos daqueles que fazem parte de clubes pequenos em Portugal.
Ser do Belenenses é ser de um clube histórico que carrega consigo muitas coisas boas, mas também más: não tem quase visibilidade nos órgãos de comunicação, a não ser que joguemos com um dos três grandes; ainda ontem esperava o rescaldo do jogo nos canais de informação, que só existe quando jogamos com um dos três grandes; o clube precisa sempre de crescer e ganhar mais adeptos e sangue novo, o que quase nunca acontece porque, sinceramente, é muito melhor ser de um clube grande; noutros tempos fomos enormes e agora moramos pelo meio da tabela e das páginas do meio/fundo dos jornais.
Ser de um clube pequeno em Portugal não é fácil porque falamos de equipas que são francamente mais fracas do que as outras, mas que também têm orgulho no trabalho (possível) que desenvolvem. 
Vivemos uma febre de clubes em Portugal, onde interessa mais o "és de que clube?" do que propriamente o futebol e o jogo em si. 
Sou de um clube pequeno e valorizo os esforços que são feitos pelo clube para manter o sonho dos adeptos. Valorizo todas as outras modalidades que fazem parte do clube e que são igualmente merecedoras de atenção.
Quando entrei em jornalismo, e durante o primeiro ano, pensei muitas vezes nesta questão em específico: pudesse eu mudar a forma como se faz jornalismo desportivo e a importância e seríamos todos um pouco mais iguais neste aspeto de torcer pelo clube mas, principalmente, apreciar futebol e o desporto no geral.
Sou a primeira crítica dos jornais desportivos que todos os dias estampam nas capas os três grandes, quando há muito mais a dizer e a mostrar. 
Infelizmente são essas as capas que a maioria dos leitores espera encontrar nas bancas.

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