23 setembro 2017

EXPERIMENTAR || Descer o Tejo de canoa



Há uns anos participei numa descida de canoas em Constância num grupo organizado do trabalho da minha mãe. Devia ter uns 10, 11 anos, mas lembro-me de ter adorado a experiência, principalmente porque tive o privilégio de ir apenas a observar a paisagem, sem remar, visto que não tinha capacidade para tal.
A vontade de repetir a experiência agora, e já com idade para dar umas remadas, vinha a aumentar e antes do verão terminar ainda consegui riscar esse objetivo da lista.
Marcámos a aventura através da Natur Z (infos no fim) e no fim de semana passado, eu e mais três amigos, pusemo-nos a caminho da praia fluvial de Constância, de onde partiríamos. 
Após alguns metros parámos para descansar e foi aí que os 9 km que se seguiam começaram a assustar. Tinha a sensação de já ter remado qualquer coisa quando na verdade ainda íamos em apenas alguns metros. Logo ali começaram as dúvidas sobre se aguentaria remar até ao fim e quão louca tinha sido eu por nos ter posto a remar 9 km.  
Mantivemos um bom ritmo e todo o caminho valeu o esforço: em algumas zonas do rio estávamos apenas nós, o monitor e a natureza, num espelho de água muitas vezes perfeito, apenas interrompido pelas canoas que chegavam a navegar ao sabor da corrente. 
Pelo caminho apanhámos de tudo: aves marinhas, ovelhas a pastar nas margens, outras canoas e até uma canoa em particular, com dois aventureiros que tentavam, em vão, subir para a canoa. (este episódio ficou maravilhosamente registado pela GoPro) 
Bem no meio do Tejo estava a principal paragem, aquela que todos nós ansiávamos: o Castelo de Almourol. Não sei há quanto tempo é que este Castelo estava na minha lista de sítios a visitar, mas esta aventura foi um dois em um em termos de riscar objetivos da lista!



Em tempos este castelo serviu como ponto de defesa, uma vez que foi construído estrategicamente no meio do rio. Embora tenha sofrido algumas adaptações devido ao número de visitantes que recebe por dia, a vista da torre mais alta não deixa de ser lindíssima e serviu como incentivo para o resto do caminho que nos faltava remar.
Com as baterias recarregadas, voltámos a colocar as canoas no rio para mais uns quilómetros até ao fim. 


Na verdade estes passaram sem que eu desse muito por isso, fosse pelo embalo da viagem e da natureza, tão pura à nossa volta, fosse pelas conversas e gargalhadas que nos fartámos de soltar (e pelas várias tentativas de nos molharmos uns aos outros).
O nosso monitor, o André, teve uma paciência de santo e ainda se riu com alguns dos nossos disparates. Levámos a tarefa a sério, mas o cansaço dava de si, até mesmo quando já víamos a meta, em Vila Nova da Barquinha. 
Perto do fim o nosso olhar prendeu-se no céu. Uma avioneta "libertava" pessoas que caíam em queda livre para, mais tarde (alguns muito tarde), abrirem o pára-quedas e voarem ao sabor do vento. 
Na minha cabeça comecei a ganhar coragem para riscar outra aventura da lista. Temos sempre o próximo verão. 
O desafio deste ano foi superado com sucesso. Dormimos todos que nem uma pedra nessa noite. 



Natur Z - http://www.descidas-em-kayak.com/1106/descidas-em-kayak.html
Descida Constância - Vila Nova da Barquinha
9 km, dificuldade média

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